
Em movimento alinhado à sua estratégia de otimização de portfólio e redução de endividamento, a Raízen formalizou nesta sexta-feira, 29, a venda das usinas Passa Tempo e Rio Brilhante, localizadas no Mato Grosso do Sul, para a Cocal Agroindustrial. O negócio, no valor de R$ 1,325 bilhão — a ser quitado integralmente em dinheiro —, amplia a presença da Cocal, do grupo Garms, no setor sucroenergético e consolida uma das maiores transações do setor nos últimos anos.
O valor da aquisição considera uma capacidade total de moagem de 6,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar — o que equivale a aproximadamente US$ 44 por tonelada, valor considerado alinhado ao mercado. Além das duas unidades industriais, a operação inclui a transferência dos canaviais próprios e dos contratos com fornecedores associados a essas unidades.
Contexto Estratégico da Raízen
A venda é a maior realizada pela Raízen desde que a empresa anunciou publicamente seu plano de reestruturação, focado na simplificação operacional e na redução de sua dívida líquida, que beira os R$ 40 bilhões. A empresa segue priorizando a eficiência e a rentabilidade em seu portfólio restante, que inclui outras unidades e negócios em energia renovável e combustíveis.
Expansão da Cocal Agroindustrial
Com a aquisição, a Cocal — que já operava duas unidades em São Paulo (Paraguaçu Paulista e Narandiba), com capacidade combinada de 10 milhões de toneladas — fortalece sua presença no Centro-Oeste, região estratégica para o setor sucroenergético. O grupo, controlado pela família Garms e com 40 anos de atuação, produziu na última safra 8,7 milhões de toneladas de cana, resultando em 720 mil toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de etanol.
Repercussão e Próximos Passos
Especialistas avaliam que a transação reforça a tendência de consolidação no setor, com grupos médios e grandes expandindo por meio de aquisições estratégicas. A expectativa é que a Cocal integre rapidamente as novas unidades à sua operação, potencializando sinergias e ganhos de escala.
O fechamento do negócio está sujeito às aprovações regulatórias usuais, incluindo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
