
A recente notícia de que o Instagram pretende remover filtros de realidade aumentada reacendeu um debate relevante no universo digital: estamos caminhando para um ambiente virtual mais autêntico, em contraponto à estética cada vez mais artificial das redes?
A decisão da plataforma, que faz parte do conglomerado Meta, indica um movimento claro de valorização da humanização nas redes sociais. A tendência surge em meio a um paradoxo: ao mesmo tempo em que tecnologias de inteligência artificial ganham força, otimizando processos e ampliando possibilidades, cresce também o desejo por interações mais reais, tanto entre pessoas quanto entre marcas e consumidores.
Menos filtros, mais conexão
Os filtros de realidade aumentada — que alteram feições, suavizam imperfeições ou até criam versões “fantásticas” do rosto dos usuários — vêm sendo apontados como responsáveis por alimentar padrões irreais de beleza e dificultar a construção de relações autênticas online. A exclusão de alguns desses efeitos pode abrir espaço para uma presença digital mais natural e próxima da vida real.
Humanização é a nova tendência
Perfis mais “humanos”, com menos exageros visuais e conteúdos mais espontâneos, tendem a gerar maior identificação do público e criar conexões mais profundas. No campo da comunicação e do marketing, essa tendência se torna cada vez mais evidente: marcas que apostam na transparência, no posicionamento coerente e no conteúdo humanizado ganham mais engajamento e confiança.
Inovação a serviço da verdade
O novo cenário não representa um retrocesso tecnológico. Pelo contrário: o desafio está em usar as inovações — como a IA — para aproximar pessoas de forma mais verdadeira, sem mascarar quem elas são. A combinação de tecnologia e autenticidade pode se tornar o caminho mais promissor para influenciadores, marcas e criadores de conteúdo.
Com essa mudança, o Instagram reforça um recado: não basta parecer, é preciso ser. E, neste novo ciclo das redes sociais, a simplicidade e a sinceridade podem ser o verdadeiro diferencial.