Instagram deve remover filtros de realidade aumentada

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O anúncio de que o Instagram começará a remover filtros de realidade aumentada reacende um debate crucial: estamos caminhando para um universo digital menos artificial e mais autêntico? A medida contrasta com o crescimento acelerado de ferramentas de inteligência artificial, que permitem edições hiper-realistas, e levanta a questão: como essas duas tendências podem coexistir nas redes sociais?

Nos últimos anos, a busca por perfeição digital dominou as plataformas, com filtros que alteram rostos e corpos, criando padrões inatingíveis. No entanto, o público parece estar em um movimento contrário, valorizando conteúdos mais humanos, imperfeitos e genuínos. Perfis que abraçam a naturalidade conquistam engajamento e conexões mais profundas, tornando-se referências em meio a um mar de produções ultra-editadas.

Humanização como tendência
Especialistas em comunicação destacam que a autenticidade é a nova fronteira do marketing digital. “Isso não significa abandonar a inovação tecnológica, mas usá-la para aproximar marcas e pessoas de forma mais verdadeira”, explica Carla Mendes, estrategista de mídias sociais. A IA, por exemplo, pode ser aplicada para personalizar experiências sem descaracterizar a essência do conteúdo.

A decisão do Instagram reflete uma mudança no comportamento do usuário, que prefere confiança a ilusão. Resta saber se outras plataformas seguirão o mesmo caminho e como as empresas adaptarão suas estratégias para equilibrar inovação e humanização.

Enquanto isso, uma coisa é certa: o digital está se tornando, paradoxalmente, mais real.