
A obesidade vai muito além da estética e é um fator de risco grave e independente para doenças do coração.
Segundo o cardiologista prudentino Osmar Marchiotto Júnior, o excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, causa uma inflamação crônica no corpo, afetando vasos sanguíneos e sobrecarregando o coração.
Um perigo que vai além da balança
A obesidade não é apenas um problema associado a outras condições, como diabetes e colesterol alto. O cardiologista explica que o próprio tecido adiposo (gordura) é metabolicamente ativo, liberando hormônios e substâncias inflamatórias que danificam as artérias, aumentando o risco de infartos e derrames. A gordura visceral, que se acumula na região da barriga, é a mais perigosa, pois interfere diretamente no metabolismo do corpo.
O coração sobrecarregado
O excesso de peso faz com que o coração trabalhe mais, precisando bombear um volume maior de sangue. Com o tempo, essa sobrecarga pode levar ao espessamento ou dilatação das paredes do coração, culminando em problemas graves como insuficiência cardíaca e arritmias. O médico alerta que a obesidade também agrava a apneia do sono, que, por sua vez, eleva a pressão arterial e o risco cardiovascular.
A perda de peso como remédio
A boa notícia é que o tratamento da obesidade é altamente eficaz na prevenção de doenças do coração. Segundo Osmar Marchiotto Júnior, perder apenas 5% a 10% do peso corporal já pode trazer benefícios significativos, comparáveis aos de medicamentos para controle da pressão e colesterol. O especialista ressalta que a perda de gordura abdominal é particularmente importante para reduzir riscos.
Mudar o estilo de vida é o primeiro passo
O tratamento ideal começa com o que o médico chama de “intervenções no estilo de vida”: uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e estratégias comportamentais para manter o peso. O cardiologista enfatiza a importância da atuação profissional, afirmando que a orientação médica é um dos maiores motivadores para a mudança. “Medir não só o peso, mas também o índice de massa corporal (IMC) e a circunferência abdominal, deveria ser parte da rotina de qualquer consulta”, afirma.
Osmar Marchiotto Júnior é médico cardiologista formado pelo InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP), com pós-graduação em Nutrologia e formação em Medicina do Estilo de Vida. Idealizador do plano de cuidados para o paciente obeso da Marchioto Saúde Sustentável. Para saber mais, acompanhe o cardiologista no Instagram: @osmarmarchiottojunior.