Sedentarismo no trabalho: o novo cigarro do século XXI

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Na década de 1990, um brasileiro médio caminhava cerca de 10 mil passos por dia. Hoje, essa média caiu drasticamente para apenas 4.057 passos, segundo estudos recentes. A mudança de comportamento está diretamente ligada à digitalização das rotinas profissionais e ao aumento do tempo diante de telas.

Especialistas em saúde apontam que o sedentarismo assumiu proporções epidêmicas, sendo hoje comparado ao tabagismo em termos de impacto na saúde pública. A frase “ficar sentado é o novo cigarro” tem se tornado cada vez mais comum nos ambientes médicos e acadêmicos.

 Com o avanço do home office e a consolidação de rotinas estáticas, problemas como dores articulares, posturais, fadiga crônica e baixa produtividade têm se tornado mais frequentes entre profissionais de escritório. Além disso, a falta de atividade física eleva consideravelmente o risco de doenças graves, como:

  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão
  • Alguns tipos de câncer
  • Alzheimer e outras demências

A prática de exercícios deixou de ser apenas uma busca estética. Como apontam profissionais da área, o mercado fitness passou a ser um mercado de sobrevivência.

Em um mundo onde Excel, PowerPoint e inteligência artificial fazem parte do dia a dia, cuidar do corpo se tornou uma ferramenta profissional. “Yoga, Pilates, musculação, caminhadas. Tudo isso hoje é tão essencial quanto uma boa apresentação em slides”, comenta um fisioterapeuta consultado pela reportagem.

Estudos mostram que colaboradores fisicamente ativos apresentam mais energia, menor índice de afastamento médico e melhor desempenho cognitivo.

Atenção ao futuro: é preciso agir agora

A boa notícia é que pequenas mudanças na rotina podem reverter esse cenário. Levantar a cada 30 minutos, usar escadas, caminhar durante chamadas telefônicas e incluir ao menos 30 minutos de atividade física diária são atitudes simples que promovem grandes benefícios à saúde.

“Quem demorar para entender isso, vai pagar o preço. A conta vem em forma de dor, cansaço, exames alterados e até invalidez”, alerta um especialista.

O alerta está dado: o movimento é mais do que saúde — é qualidade de vida e longevidade profissional.