Vivemos a era dos opinadores instantâneos

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Nunca antes na história da humanidade se produziu tanta opinião e tão pouco conhecimento. Vivemos a Era dos “Achologistas” — uma geração que troca anos de pesquisa e estudo por vídeos de 30 segundos no TikTok e frases de efeito em Reels do Instagram. Não precisam de dados nem de contexto; basta um print fora de lugar ou um áudio vazado no grupo da família para surgir mais um “especialista” autoproclamado.


O Achologista sente-se apto a refutar décadas de pesquisa científica depois de assistir a um vídeo de 17 segundos. Cita Einstein sem nunca ter lido um de seus textos, interpreta gráficos sem fonte e trata qualquer boato como verdade inquestionável. Sua “formação” combina diploma honorário em WhatsApp, MBA em Obviedades e doutorado em Arrogância.

Guiado por três pilares — achismo, emoção e vaidade —, o Achologista debate com médicos, economistas, professores e cientistas como se todos estivessem no mesmo nível técnico. A base é simples: desconfia de qualquer conhecimento formal, mas confia cegamente em conteúdos virais sem comprovação.


O perigo por trás da piada
Apesar do tom satírico, o fenômeno preocupa. A popularização de informações distorcidas — muitas vezes deliberadamente manipuladas — afeta decisões de saúde pública, economia e até o funcionamento da democracia. Especialistas alertam que o consumo acrítico de conteúdos superficiais aumenta a polarização e reduz o espaço para debates construtivos.


O antídoto contra o achologismo
Reconhecer um Achologista é simples. Ele sempre tem uma resposta pronta, mas nunca uma fonte confiável. A prevenção exige hábito de checar informações, buscar opiniões de profissionais qualificados e, principalmente, cultivar a paciência de ouvir antes de opinar. Porque, na Era dos Achologistas, conhecimento continua sendo a melhor ferramenta — e não cabe em 30 segundos.