
O avanço acelerado da tecnologia de deepfake – que usa inteligência artificial para simular rostos e vozes – está preocupando especialistas em segurança digital. Com apenas alguns segundos de vídeo ou áudio, criminosos conseguem criar cópias quase perfeitas da fala e aparência de uma pessoa, tornando possível enganar familiares, colegas de trabalho ou instituições financeiras.
Reuniões por Zoom, chamadas no Teams e vídeos enviados por aplicativos de mensagem já não são mais garantia de autenticidade. O problema, segundo especialistas, está crescendo de forma alarmante: os golpes com uso de deepfakes aumentaram 400% no último ano em escala global.
O mais grave é que muitas vítimas só percebem o golpe quando já é tarde demais. “Hoje, um áudio ou vídeo pode ser totalmente manipulado. E o criminoso usa isso para solicitar transferências, extorquir ou aplicar golpes de identidade”, alerta Wellington Franklin, especialista em Cibersegurança.
Na prática, qualquer conteúdo postado nas redes sociais pode virar matéria-prima para uma fraude. Basta um story com sua voz, um vídeo curto ou um áudio enviado em grupos para que a tecnologia simule você em outra situação.
Como se proteger?
Até que novos sistemas de verificação digital robusta estejam amplamente disponíveis, a recomendação é adotar medidas simples de segurança:
- Combine códigos de segurança pessoais com familiares e amigos próximos.
- Confirme qualquer solicitação incomum por outro canal (ligação, mensagem direta ou presencialmente).
- Desconfie de mensagens com urgência exagerada, pedidos financeiros inesperados ou comportamentos fora do padrão.
O futuro da verificação de identidade
A boa notícia é que empresas e especialistas trabalham no desenvolvimento de soluções de identidade digital mais avançadas, com múltiplas camadas de verificação além da imagem e da voz. O objetivo é garantir que, em breve, a internet tenha um novo padrão de autenticação de pessoas — mais seguro, rastreável e à prova de falsificações.
Enquanto isso, a regra é clara: não acredite apenas no que vê ou ouve. Em tempos de deepfake, a cautela é o melhor antivírus.