Lucas Beat, o dj prudentino que virou fenômeno e é disputado por artistas de todo País

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HORTÊNCIA PINAFFI

 O músico de Presidente Prudente descobriu a fórmula do sucesso ao unir ‘sofrência’ com batida dura do funk. A vinheta identifica o autor da mistura: “D-J-Lu-cas-Beat”. O artista de 21 anos, que começou usando as músicas sem permissão, hoje é disputado por ídolos do sertanejo e do forró. Seus remixes estouraram pelo Brasil: “Disco arranhado”, arrocha da baiana Malu, “Bloqueia eu”, modão dos sul-matogrossenses João Bosco & Vinícus, e “Vou falar que não quero”, forró do pernambucano Vitor Fernandes.

Lucas Felipe Narcizo Silva gostava de música desde criança e, quando tinha 15 anos, sonhava em ser David Guetta. “Sempre fui apaixonado por música eletrônica. Vi que tinha muito DJ de fora que trabalhava com isso, produzindo e tocando em festa. Vi nisso uma oportunidade de trabalhar”, lembra Lucas.

” Comecei a fazer minhas primeiras produções, que eram só música eletrônica mesmo, não tinha voz, não tinha nada. Era só a batida eletrônica, e, por sinal, muito ruim (risos). Nenhuma era boa”, ele admite.

Além disso, o plano de ser DJ atrapalhava no colégio. Lucas deu um tempo. Decidiu que não queria trabalhar com música eletrônica, mas se encantou pela batida de funk quando um carro de som passou em frente a sua casa.

“Na época, eu nem me interessava muito por funk. Mas o carro apareceu tocando funk e o que eu achei interessante é que o ‘beat’ (batida) parecia muito com os elementos que eu usava na eletrônica. Falei: ‘Pô, acho que consigo reproduzir mais ou menos o ‘beat’ no programa”.

 Lucas começou cobrando R$ 20 para criar bases de funk para MCs pela internet. Depois aumentou para R$ 40 e foi arrumando trabalhos. Com tanta insistência, foi crescendo a procura e o preço. Com 18 anos, ele já ganhava cerca de um salário mínimo com as produções para ajudar em casa. Ele entrou para a produtora Mídia Hits e queria mais do que as encomendas. “Em 2020 eu comecei na ‘brisa’ de não só produzir os MCs, mas fazer alguns trabalhos pessoais, pegando músicas e fazendo remixes”, conta. A coisa começou a engatar e virar trilha para dancinhas no TikTok e no Instagram. O DJ pegou um eletrofunk antigo, de 2012, misturou com uma batida de funk em alta, o beat “Magrão”, e ainda misturou uma introdução de “Otherside”, dos Red Hot Chili Peppers (sem autorização, claro). Ele viralizou com “Tuts tuts quero ver”, com Edy Lemond.

 Sofrência e batidão

“Nunca pensei que ia dar certo, porque era gosto meu. E acabou que em duas semanas já estava estourada no TikTok. Todo mundo gostou. A galera começou a pedir mais sertanejo com funk, dizendo que ficou massa. Eu nem pensava muito em fazer isso, mas a pedidos fui fazer”, diz.

Ele pegava as músicas sem pedir autorização dos autores. Em alguns casos, o dono da música original derrubava das plataformas. Mas as que ficavam faziam cada vez mais sucesso. Em 2020, Lucas mandou uma mensagem por Instagram para Malu, que topou a empreitada na hora e regravou o vocal para o remix “Disco Arranhado”. A versão da Malu já era hit no Nordeste e, com o remix de Lucas, os dois conseguiram o primeiro

hit nacional de suas carreiras. O sucesso chegou até a Portugal e a faixa já chegou ao 1o lugar no YouTube português e 2o no Spotify no país europeu.

O Dj tem milhões de visualizações e acessos em plataformas digitais de música e gravações lWesley Safadão, Dilsinho e Mateus Fernandes, Tarcísio do Acordeon, Jonas Esticado feat Gusttavo Lima, Guilherme e Benuto e Murilo Huff. O trabalho mais recente do artista é a música “JBL Paraguai remix, parceria com Lucca e Mateus. Lucas Beat segue com agenda lotada de shows e pedidos de parceria com grandes artistas.